lovebird

Acho que gosto disto, de quando toco o espírito de alguém que nunca vi, com palavras. No fundo é isso que me faz continuar a escrever, e que me faz manter o blog activo  Mesmo que a escrita se tenha perdido algures em mim, e eu não saiba como a encontrar. Acho que a perdi porque perdi também, em parte, a capacidade de me encontrar entre pensamentos e palavras soltas, como se estivesse num universo paralelo onde os nossos pensamentos fossem capazes de sair cá para fora e vaguear por aí. Acho que é isso. Talvez esse seja também um dos problemas que provocou a fuga da minha capacidade de escrever, eu não ter certeza de nada. E eu gosto de escrever, subjectivamente, quando tenho certeza daquilo que as minhas palavras transmitem.

Há coisas que nunca mudam, só porque não são feitas para mudar. Mesmo que queiras muito. É que nem sempre querer é sinónimo de conseguir, e conseguir implica muito mais que querer. Talvez não volte à forma que estava, não por não querer, mas por não conseguir. Mas também há coisas que por mais que queiras que permaneçam iguais, são feitas para se alteram. Tentar agarrar as pontas é adiar o fim, e adiar o fim é sofrer.