Eu sei que não sou a melhor pessoa do mundo. Não sou a que tem mais paciência nem a mais compreensiva ou a que sente menos ciumes. Também sei que por vezes sou dura e fria, e que nem sempre aquilo que eu digo é fácil de se ouvir. A verdade é que, muitas vezes, digo as coisas sem pensar no efeito ou estrago que elas podem fazer, principalmente quando sei que as coisas têm de ser ditas. Sei que nem sempre aceito que as coisas não sejam como eu quero, e que quero, constantemente, estar no controlo de tudo, é por isso que tenho medo do escuro, porque não o consigo controlar. Sei que erro muito, todos os dias e que, por mais que me esforce para ser um pouquinho melhor, isso começa a tornar-se impossível  A vida não vem com um livro de instruções, e preciso de aprender tudo sozinha. E sei que, por mais que eu tenha aprendido a ser menos dura, acabo sempre por magoar as pessoas que só querem o meu bem. E não é por maldade. Talvez seja medo, medo de me decepcionar como tantas vezes aconteceu, e de acabar magoada, estragada que nem uma boneca de corda que deixou de falar. Costuma ter conserto, mas nem sempre. É que chega uma altura em que começo a sentir que sou pouco, quase nada. E dói.