Eu sou feita de livros, de feridas abertas, de histórias estúpidas que me fazem desejar aquilo que nunca vou poder ter. Sou aquela que fala de mais, grita de mais, é sempre de mais e espanta sempre aquele que não me conhece. Que chora sozinha, fala sozinha, ama sozinha também. Minha história nunca foi um conto de fadas, é verdade, mas se não és capaz de aguentar isso deverias parar já por aqui. Eu não presto, e isso não é novidade. Sabes aquele impulso de te quereres isolar, aqueles reflexos de egoísmo ? Pois é, estou a começar a ser assim, na minha vida. Sem conversa, sem invasão de espaço. Porque, nas tentativas, já gastas pelo tempo, já perdi amor, sonhos, paciência, e acabei por me perder também. Tentar ser perfeita é demasiado difícil e as pessoas continuam a ir embora. E ao esforçar-me para ser espontânea, acabo por deixar de sê-lo. Eu não sei o que fazer, mas preciso de continuar a fazer alguma coisa, entendes ? Sou muito impulsiva, e acabo sempre por me desculpar por coisas que eu não fiz, só pelo hábito de ser o vilão. Acontece que eu não consigo acertar as minhas escolhas. E eu nunca me senti tão sozinha antes. Eu sei, eu sei que tu me entendes e que as coisas não devem estar fáceis para ti também. E eu não peço que faças mais nada.
Eu acho que só precisava de um abraço agora, neste momento em que desistir não me parece uma opção tão má assim. A escola está uma merda. Os dias são pequenos, as noites longas e eu sou aquela que nunca dorme com um vazio tão grande e que só quer chorar, mas não consegue.
A verdade é que eu não me consigo achar inteligente, viva. E não sei o que fazer para mudar isso. Hoje, depois de muito tempo, eu quase chorei por essas noites mal dormidas e pelas dores no peito devido a escolhas de merda que fiz na minha vida. Eu acho que só preciso de gritar. Gritar, partir vasos e chutar as portas. Eu não consigo agir como se estivesse bem. Então, pergunto-me, sentada no chão, com os braços a segurar as pernas, já quase sem forças, quando finalmente irei estar em paz. É, nem a minha própria cama me proporciona mais aquele conforto de antigamente, não alivia mais as dores do meu corpo, dores do dia-a-dia. Se tornou uma inimiga, me tortura com lembranças, passados. E relembra-me de tudo o que perdi.
obrigada fofinha (:
ResponderEliminaracho que o texto reflete o que muitos de nós aqui, sentimos...