11 de abril de 2012

Letters for love. 13*




Olá.
Não sei como hei de começar isto, até porque sei que tu não sabes quem é o remetente desta carta, certamente já não te lembras de mim. A verdade é que eu sinto-me ligada a ti, nem que seja apenas pelo sangue que me corre nas veias. O meu nome é Inês, foste tu que quiseste que me chamassem assim, recordaste ? Sim, sou tua filha !
Não te conheço, nunca conheci. Provavelmente já me pegaste ao colo várias vezes, afinal, és a minha mãe. Mas cedo te livraste de mim. Não sei como és, nem uma fotografia tenho, mas imagino que sejas parecida comigo, pelo menos os traços principais do rosto devem ser os mesmos. Ou então, se calhar, sou parecida com o meu pai. Mas não foi para te falar disto que resolvi escrever-te.
Provavelmente não deveria estar a tratar-te por tu, desculpa-me, no entanto, eu sinto que é assim que te devo tratar, sinto que te devo tratar com confiança. És a minha mãe. Posso nunca te ter visto, mas continuas a se-lo.
Esta não é a primeira carta que te escrevo, sabias ? A partir dos meus doze anos que, sempre que tinha um problema, te escrevia. Punha de lado o meu orgulho e o meu coração partido, sim porque tu magoaste-me. No momento em que soube que era adoptada jurei que nunca iria querer conhecer a minha verdadeira mãe, porque ela não quis saber de mim, abandonou-me. E nunca mais me visitou, nem quis saber se eu estava bem. Era uma criança, tinha apenas oito anos quando me contaram. Com o passar do tempo comecei a compreender os motivos que te levaram a uma coisa dessas.
Sabes, mãe ? À alguns anos eu também pensei estar gravida. E, depois de ter pensado em abortar, apercebi-me que tu és forte. Lutaste contra tudo, escondeste de toda a gente, foste para outro país. E, a partir do momento em que o teste de gravidez deu negativo que fiquei com uma grande admiração por ti, por teres ultrapassado, sozinha, tudo aquilo pelo que passaste, que, certamente não foi fácil, só por mim. Ai apercebi-me que te preocupas realmente comigo.
Escrevo-te para te dizer que estas perdoada, apesar de não me teres pedido perdão. Escrevo-te para dizer-te que Sophie morreu e que, agora resolvi procurar-te. Vou viver para Portugal e pensei que poderia ver-te. E, com sorte, talvez pudesse ver o meu pai também. O que achas desta ideia ?

Inês Barros


P.S.   Foi a minha mãe, Sophie, que me deu o teu endereço antes de morrer. Espero que não estejas chateada, ela não o vez por mal. 
Aguardo ansiosamente a tua resposta.

5 comentários:

  1. Gostei bastante do teu texto, gostei mesmo * Beijinho *-*

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  2. Posso saber se os textos são veridicos ? :$

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  3. AHAHAH eu vou explicar porque tive essa duvida, é que eu não li os textos todos, os que li, não dava para preceber se era rela ou não :D

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  4. Vou mesmo ler, jé tenho o teu blog nos favoritos para ir lendo :D

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